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Literatura Grega – Parte IV: Os Oráculos – Fim do Primeiro Período

Assim como o poeta, dos tempos remotos da Grécia, Orfeu, mais conhecido por estar em A Argonáutica de Apolônio de Rodes e como personagem lendário – flautista, encantador de animais que tenta resgatar a sua amada do mundo inferior, e sem sucesso morre depois, na Trácia, espedaçado por mulheres que não obtiveram sua atenção – dos outros poetas também não temos certeza de possuir suas antigas composições, acabamos apenas por vê-los tradicionalmente citados em escritos posteriores.

Quanto a esse tempo antigo, já vimos basicamente que teve uma formação lenta, uma cultura que emerge desses cantores, os aedos, e ao mesmo tempo líderes e sacerdotes, como Museu e Orfeu, de Trácia, e seus povos. Esses pelasgos que povoaram a Ática, o Peloponeso, e depois, certa vez refugiados do repúdio de um povo selvagem, com o qual tentaram o convívio, povoaram Creta e tantas mais regiões, dando-lhes sempre a característica religiosa e musical.

Por fim, falemos dos oráculos das sibilas. Este tipo de livro trazia algo menos atrelado a essa tentativa comum de ligação com a origem de tudo pelo canto e pelo culto, mas com a ambição de se apoderar do futuro. As sibilas ficaram famosas mais tarde, foram referenciadas em todos os tempos.

Coloquemo-nos, num exercício de imaginação, claro que de forma muito simples, num tempo como esse, da mistura das mitologias e dos oráculos à imaginação popular, e conheceremos um pouco mais a outra parte da origem dessa literatura e obviamente da cultura grega. Vemos os traços dessa cultura popular nas falas de certos personagens antigos, como nas tragédias gregas, em cantos latinos e epopeias, sem contar com a infinidade de elementos referentes a mesma época espalhados nos séculos posteriores.

Os tantos vaticínios que se viam aí, com toda a certeza, levavam pessoas ao desespero, medo da morte, ou as direcionavam a esperanças muito vãs, assim como, quando acertados, motivo de glória às sibilas. Então fica mais do que clara a presença da esperança de dominar a má sorte, motivo de brigas, hecatombes, oferendas, lágrimas, guerra entre deuses dentre tantas contidas nos inúmeros episódios da literatura grega e latina.

A fama concentrou-se sobretudo em duas mulheres, Eritreia e Cumana. Os escritos encontrados, atribuídos a essas duas, no entanto, não são de sua autoria e foram inspirados para a enganação. Sabe-se, por estudos históricos, que já tiveram os seus escritos originais queimados em Roma, como objeto de abominação, no reino de Honório, século V.

Aqui concluímos, nesta série, o primeiro período da literatura grega, Mítico (1856- 1184 a.C.), que acaba com a destruição de Troia. Partiremos, então, ao período Heroico, da tomada de Troia até 594 a.C.

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