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Paciência e Persistência

O estudo das línguas antigas requer sobretudo paciência e persistência. Ter alguma regularidade nisso, do mesmo modo, requer disciplina.

Lembremos então que quando lemos um texto qualquer, até mesmo simples, e não o compreendemos, ainda não é motivo para pânico, todos precisam passar por isso, ainda que evidentemente o melhor seja tropeçar assim na infância.

O fato é que muitos se veem vencidos pelo primeiro cansaço ou derrota e, em grande parte dos casos, desistem estando muito próximos de obter os primeiros bons frutos dos seus estudos.

Sabemos que os últimos métodos pedagógicos que conhecemos no Brasil, assim como a negligência de muitos educadores, não formaram sequer a nossa capacidade de criar virtualmente figuras básicas que sejam apresentadas em certas leituras: num conto, por exemplo, aparece-nos a descrição física de um personagem, mas depois de ignorarmos tantos dos vocábulos desconhecidos, não conseguimos criar qualquer imagem que o represente bem; não somos mais capazes de imaginar sensações comuns descritas com nossa própria língua. Mas não seja por isso que desistamos de estudos que requeiram grandes esforços, como a aquisição de vocabulário, latino ou grego, e recuperemos nossas deficiências da infância, pobre de leituras, da assimilação do mínimo de cultura.

Não é tão obvio, mas ninguém, absolutamente ninguém poderia se dar ao luxo de passar por tantas palavras ignorando seus reais significados, ignorando a significação exata que o seu autor tenha empregado numa composição, o que é um erro comum. Isso também serve para textos difíceis. Aliás, se não avançarmos na dificuldade da leitura, paramos de crescer intelectualmente, pois treinar-se para a leitura que pressuponha um vocabulário novo não é fácil, não é confortável, não é nada simples e normalmente os compreendemos mal nas primeiras tentativas.

Tenhamos coragem e força para persistir contra estas dificuldades, de memorizar palavras novas, de encarar textos que necessitem de inúmeras informações a volta do assunto, dentre tantos desses desafios que possam nos provocar angústia.

Portanto cuidemos que, na verdade, estes medos nos apontam sempre alguma parte de um relevo que há entre nossa inteligência e o objetivo do emprego dos esforços, as vezes, da depressão ao cume de um monte distante.

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