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O Mármore e O Silêncio

De acordo com sua inspiração, um escultor, como aqueles que vemos das artes gregas e romanas, com ideais bem definidos, projetava para os blocos brancos e densos de mármore a imagem que antes estivesse apenas guardada consigo.

Um poeta, de forma similar, se expressava, ocupando o silêncio com versos, expondo algo antes conhecido, percebido ou criado apenas no seu intelecto.

Ambos, nos exemplos, transformam o invisível e o inaudível, que fossem experiências e sensações interiores, assim como memórias e elementos apenas imaginativos, em algo exterior e cognoscível por outros, o que ainda é uma das atividades mais enobrecedoras, porque nos movem espiritualmente para além de nós mesmos de encontro com realidades até mesmo divinas.

Faz-se necessário, para um, o domínio de proporções humanas, de ferramentas de desbaste e acabamento em mármore e obviamente de muitas outras coisas, e, para o outro, o domínio do vocabulário, do uso da sua língua, da capacidade descritiva, da organização das imagens que cria e de inúmeras ferramentas semelhantes.

Contudo, notemos, esses são dois grandes exemplos de meios pelos quais podemos participar dos maiores mistérios humanos: o escultor nos ajuda a conhecer pela visão e o poeta nos ajuda pela audição, e assim partilham conosco a sua inteligência e tantas das coisas belas e preciosidades guardadas nos seus espíritos.

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