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Creta: os reis, os palácios e o mar.

No segundo milênio, encontram-se em Creta inúmeros palácios em diversos pontos da ilha. Esses, no entanto, não são tão bem protegidos como se esperaria de construções desse porte.

Além disso, nem mesmo os povoados em que esses palácios se encontram eram grandes fortalezas bem protegidas. Isso parece indicar que na ilha não ocorriam grandes conflitos e que havia algum tipo de unidade política e militar que mantinha a ordem e segurança entre os grupos humanos.

Essa unidade, no entanto, convivia com a diversidade de lideranças locais, que nesse contexto parecem ser governadores a serviço de uma monarquia forte e centralizada.

É possível também notarmos uma forte associação entre os palácios e a monarquia com símbolos que na cultura mediterrânea e do oriente próximo tem caráter religioso, como a flor-de-liz e o machado duplo, também chamado Labris, do qual vai de derivar o nome pelo qual vai ser conhecido o palácio de Minos, Labirinto.

Esses elementos nos indicam uma monarquia em que o Rei tem caráter divino, como é comum em povos próximos de origem oriental e mesmo no Egito. A figura de Minos como símbolo de justiça também é um indício da atribuição judicial do rei, o que faz sentido se levarmos em conta as monarquias do entorno.

No palácio de Knossos vemos não só construções opulentas, como uma diversidade de oficinas e armazéns e, portanto, havia uma miríade de trabalhadores de diversos ofícios, além disso, importantes bibliotecas e arquivos, indicando que essa monarquia se empenha em centralizar conhecimentos e dados administrativos de toda a ilha, além de dispor também de modo centralizado do trabalho, recursos e de conhecimentos técnicos dos mais diversos.

Não temos grandes evidências do poder militar dos habitantes de Creta. Mesmo seus portos não parecem tão fortificados e o conhecimento que temos de seu armamento é precário. Tudo indica que esses aspectos bélicos não são o ponto alto de sua preocupação, e isso se deve à força de sua marinha.

A afirmação de Tucídides de que o Rei de Creta Minos deu a seus filhos as colônias das Cíclades e o mito do minotauro em que Atenas enviava jovens como tributo uma vez ao ano, indica alguma influência política ou até relação de vassalagem tanto no continente quanto nas ilhas.

Ainda que não possamos afirmar com certeza o poderio político, é evidente que há uma difusão da cultura minóica pelo mediterrâneo.

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